O Ford EcoSport já chegou a 2011 com leves mudanças visuais na carroceria. É a segunda e última reforma de estilo que o jipinho recebe antes da chegada de sua segunda geração. Nesta atualização, as mudanças foram sutis. De relance, é até difícil notar o que mudou, pois a empresa direcionou poucos recursos para renovar a aparência do modelo. Os investimentos pesados já estão sendo aplicados no Eco completamente novo, que deve fazer sua estreia no final de 2012.
Na dianteira, uma nova grade do radiador faz conjunto com a inscrição EcoSport estampada na borda do capô, realçando ainda mais o jeitão de Land Rover Freelander, traço que foi adotado na primeira reestilização, feita em outubro de 2007. Mas as semelhanças com o parente inglês terminam aqui. Está com dificuldades em ver onde estão as outras modificações? Repare no fundo escurecido do farol. As versões 4WD (dotada de tração nas quatro rodas) e Freestyle (a mais vendida), receberam uma máscara escurecida na peça.
Andando pelas laterais, nota-se novas rodas de 15 polegadas, um aplique de plástico maior nas portas, uma moldura contornando as beiradas do para-lamas e um rack longitudinal no teto, substituindo o anterior, instalado na transversal. A troca melhorou a aerodinâmica e, consequentemente, reduziu o nível de ruído, segundo a montadora.
Aliás, durante as apresentações da novidade, a Ford fez questão de enfocar a redução de barulho no interior, uma das principais reclamações dos clientes. “Desde o lançamento do EcoSport, já atingimos redução de 40% no nível de ruído interno”, diz Milton Lubraico, engenheiro-chefe da montadora. Em comparação com o EcoSport de 2003, realmente a melhora foi significativa, mas não tão grande quanto os executivos e engenheiros afirmam. Na prática, o motor 2.0 gosta de lembrar aos passageiros que está trabalhando duro debaixo do capô, sobretudo quando a rotação ultrapassa os 3.500 giros. O mesmo vale para os pneus de uso misto empregados nas versões Freestyle e 4WD. São confortáveis e, acredite, estáveis mesmo no asfalto, mas não são silenciosos. Já o propulsor 1.6 se manifesta menos e não atrapalha conversas, mesmo na estrada.
O câmbio não é tão macio quanto o de outros carros oferecidos pela empresa, como Ka, Fiesta e Focus, mas também agrada por ter engates precisos ? garantindo agilidade durante as trocas de marcha.
Nada mudou na mecânica. Permanecem os motores 1.6 e 2.0, ambos bicombustível, com opção de transmissão automática e tração nas quatro rodas para a opção mais forte. Enquanto o propulsor 1.6 desenvolve 107 cavalos (a 5.500 rpm) o 2.0 entrega 145 cv. Seu grande destaque, no entanto, é o torque de 19,4 kgfm, que garante boa dose de fôlego em subidas. O Eco 4WD representa apenas 5% das vendas do utilitário, mas é importante para a imagem do produto, definido como “aventureiro”, de acordo com Adriana Camadori, gerente de marketing da Ford.
As versões de acabamento continuam as mesmas (XL, XLS, XLT, equipadas com motor 1.6; Freestyle, XLT, XLT automático e 4WD, com propulsor 2.0). As duas motorizações são flex.
A estratégia de lançamento do EcoSport 2011 incluiu uma ligeira redução nos preços sugeridos. A versão Freestyle 1.6, campeã de vendas, recebeu computador de bordo e comando do rádio atrás do volante em sua lista de itens de série e parte de R$ 57.190, quase R$ 1.500 a menos que o modelo 2010.
Todas as outras configurações também estão mais em conta na tabela, incluindo a mais barata, a XL 1.6, cujo preço inicial é R$ 49.900.
Até 2009 o Eco manteve-se sozinho no segmento que inaugurou. Ano passado o Chery Tiggo estreou no Brasil custando R$ 49.900, mas o chinês ainda não representa grandes ameaças. Para 2011 a Renault prepara o Duster, um jipinho romeno que será produzido na fábrica de São José dos Pinhais (PR). Por ora, os rivais continuam os mesmos, mas todos baseados em peruas, hatches ou monovolumes, como o Peugeot 207 Escapade, Volkswagen CrossFox e Fiat Idea Adventure. No ano que vem, a briga se acirra com o francês, que também terá opção de tração nas quatro rodas.
O Eco 2011 passa a contar com garantia de três anos. Quer dizer que, comprando um hoje, você terá cobertura de fábrica até a chegada de sua segunda geração. Basta manter-se fiel às revisões descritas no manual. Os preços de manutenção corriqueira, como trocas de óleos e filtros, têm preço tabelado.
* o jornalista viajou a convite da Ford